sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

LEITURA DRAMÁTICA DE 'CALABAR'

Na PRIMEIRAQUINZENA DE JUNHO FAREMOS AQUI NO DARTUR, A LEITURA DO TEXTO 'CALABAR'.
ATÉ ESSA DATA, ESTAREMOS POSTANDO PEQUENOS ENSAIOS, PENSAMENTOS, POESIAS, ETC. QUE ACREDITAMOS TENHAM, ALGUMA CONECÇÃO COM CONTEÚDO DA PEÇA..
Abaixo, segue o primeiro texto, escrito por Luiz Palma, um dos integrantes da leitura.

Calar a quem Calabar?
Calabar, a peça de Chico Buarque e Rui Guerra (1973?) tem muitos elementos da maquinaria do poder e da fragilidade humana diante desta força. E resistência, porque a traição como mote da história acaba por se revelar como uma contraposição anárquica e desagregadora para os executores da ordem colonial. Já nos dias de hoje o poder se apresenta de forma mais sutil e até simpática, ou melhor, parassimpática[1]. A subjetividade do indivíduo liberal, carregada pela vontade de ser imbecilmente livre, deixa-o dócil e tranquilo desde que ele possa comprar e vender mamãe, consumir e ser consumido. Mas rola ainda um climão quando se trata de agradar ou desagradar o chefe. Sim por que ele e eu podemos nos sentir livres e ainda assim não estarmos bem, sabe. Distúrbios de humor? Não, eu acho que é mesmo melancolia ou tristeza. Ora querida, basta polir-se quimicamente para consumir a si mesma de forma bárbara e alegre. Foda-se sem gozar, aqui ou em Amsterdam, passando por Lisboa e Roma, em sete vezes sem acréscimo de amor! Ah uma coisa – que coisa! Terror policial só tem para os “sem-nomes”, cuja identificação no teatro midiático não vai além do gênero, da cor e da idade aproximada. Báatche, mas assim não dá nem para trair.

LP, jan 2012.
[1] Parte do sistema nervoso autônomo cujos neurônios se localizam no tronco cerebral ou na medula sacral.

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